Com confirmação do primeiro caso no Brasil, Portal Setor Saúde esclarece oito dúvidas sobre o novo coronavírus

A primeira confirmação do COVID-19 (doença ocasionada pelo novo coronavírus) no Brasil, na quarta-feira (26), acende o alerta no país. Um homem de São Paulo, de 61 anos, que veio da Itália, teve a doença confirmada em exame realizado no Hospital Israelita Albert Einstein.

De acordo com o boletim sobre o Covid-19 divulgado na sexta-feira (28) pelo Ministério da Saúde, o Brasil tem 182 casos suspeitos de coronavírus, mantendo-se, portanto, apenas um caso positivo.

Acompanhe em tempo real

Para acompanhar em tempo real os números confirmados pelo mundo, o Centro de Ciência e Engenharia de Sistemas da Universidade Johns Hopkins (EUA) desenvolveu um site de monitoramento da propagação do coronavírus em todos os países do mundo. O site apresenta um gráfico com dados em tempo real, tendo como fonte os números fornecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e de centros de controle da doença de diferentes países.

ACESSE O SITE AQUI

Covid-19 mapa tempo real

Com números expressivos da doença pelo mundo (até a publicação da matéria, pouco mais de 84 mil casos já foram registrados, com 2.867 mortes em mais de 40 países e territórios), são muitos os questionamentos que surgem.

O Portal Setor Saúde esclarece oito importantes dúvidas sobre o novo vírus:

1 “O que é Covid-19 e SARS-CoV-2?”

2 “Quais os sintomas?”

3 “Qual o diagnóstico?”

4 “Como é feito o tratamento?”

5 “Qual a letalidade?”

6 “Como se prevenir?”

7 “Como a doença é transmitida?”

8 “Devo usar máscara de proteção?”

Confira:

1 O que é COVID-19 e SARS-CoV-2?

SARS-CoV-2 é o nome do novo agente do coronavírus, descoberto em 31 de dezembro de 2019, após casos registrados na China. COVID-19 é o nome da doença causada pelo novo coronavírus.

Os primeiros coronavírus humanos foram isolados inicialmente em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa. Outra doença por coronavírus, que ficou conhecida entre 2002 e 2003 pelo surto mundial, é a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), causada pelo agente SARS-CoV.

2 Conheça alguns dos sintomas mais comuns:

Febre

Cansaço

Tosse seca

Dores no corpo

Congestão nasal

Corrimento nasal

Dor de garganta

Diarreia

3 Diagnóstico

O diagnóstico do novo coronavírus é feito com a coleta de materiais respiratórios (aspiração de vias aéreas ou indução de escarro). É necessária a coleta de duas amostras na suspeita do coronavírus.

As duas amostras serão encaminhadas com urgência para o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). Uma das amostras será enviada ao Centro Nacional de Influenza (NIC) e outra amostra será enviada para análise de metagenômica.

Para confirmar a doença é necessário realizar exames de biologia molecular que detecte o RNA viral. O diagnóstico do coronavírus é feito com a coleta de amostra, que está indicada sempre que ocorrer a identificação de caso suspeito.

Orienta-se a coleta de aspirado de nasofaringe (ANF) ou swabs combinado (nasal/oral) ou também amostra de secreção respiratória inferior (escarro ou lavado traqueal ou lavado bronca alveolar).

Os casos graves devem ser encaminhados a um Hospital de Referência para isolamento e tratamento. Os casos leves são orientados a serem acompanhados pela Atenção Primária em Saúde (APS) e instituídas medidas de precaução domiciliar.

4 Tratamento

Não existe tratamento específico para infecções causadas por coronavírus humano. Para o COVID-19, é indicado repouso e consumo de bastante água, além de algumas medidas para aliviar os sintomas, conforme cada caso, como usar medicamentos para dor e febre e uso de umidificadores no quarto e banho quente para auxiliar no alívio da dor de garganta e tosse. Assim que os primeiros sintomas surgirem, é fundamental procurar ajuda médica imediata para confirmar diagnóstico e iniciar o tratamento.

Quem viajou para a China nos últimos 14 dias, e agora mais 15 países e ficou doente com febre, tosse ou dificuldade de respirar, deve procurar atendimento médico imediatamente e informar detalhadamente o histórico de viagem recente e seus sintomas.

5 Letalidade

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que 80% dos casos são leves e apresentam sintomas parecidos com os da gripe comum. Idosos com doenças crônicas são os mais afetados e que apresentam maior letalidade.

Mortes pelo COVID-19 – por faixa etária*

+ 80 anos (14,8%)

70 a 79 anos (8,0%)

60 a 69 anos (3,6%)

50 a 59 anos (1,3%)

até 49 anos (1,0%)

*fonte: worldometer (dados até 17 de fevereiro)

6 Dicas de prevenção

Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.

Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.

Evitar contato próximo com pessoas doentes.

Ficar em casa quando estiver doente.

Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.

Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com freqüência.

Cozinhar bem a comida, especialmente carne e ovos.

Evitar o consumo de produtos de origem animal, crus ou mal cozidos. Carne crua, leite ou órgãos de animais devem ser manuseados com cuidado, para evitar a contaminação cruzada com alimentos não cozidos, conforme as boas práticas de segurança alimentar.

7 Transmissão 

As investigações sobre as formas de transmissão do coronavírus ainda estão em andamento, mas a disseminação de pessoa para pessoa, ou seja, a contaminação por gotículas respiratórias ou contato, está ocorrendo.

Pesquisadores estimam que a emergência do surto teve início no final de novembro de 2019. Os resultados reforçam, ainda, a hipótese de que o Covid-19 tenha se originado de morcegos, possivelmente do gênero Rhinolophus (Fonte Fiocruz).

Qualquer pessoa que tenha contato próximo (cerca de 1m) com alguém com sintomas respiratórios está em risco de ser exposta à infecção. A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar (aerossol) ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como:

Gotículas de saliva

Espirro;

Tosse;

Catarro;

Contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão;

Contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

8 Uso de máscara de proteção

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e OMS recomendam que as máscaras cirúrgicas sejam usadas por:

Pessoas com sintomas respiratórios, como tosse ou dificuldade de respirar, inclusive ao procurar atendimento médico

Profissionais de saúde e pessoas que prestam atendimento a indivíduos com sintomas respiratórios

Profissionais de saúde, ao entrar em uma sala com pacientes ou tratar um indivíduo com sintomas respiratórios

As pessoas que usarem máscaras devem seguir as boas práticas de uso, remoção e descarte, assim como higienizar adequadamente as mãos antes e após a remoção.

Com informações do Ministério da Saúde, OMS, Fiocruz e Johns Hopkins. Edição do Setor Saúde.

Publicar comentário

You May Have Missed